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sábado, 28 de julho de 2012

Sarah Menezes faz história, vence romena e conquista o ouro inédito para o judo Feminino

Com muita competência, estudo e orientação ao lado do dojô, da técnica Rose, SARA foi vencendo uma a uma e na final com a campeã olímpica Romena, ela vence e faz história. (CleQuiLi)

Na final, brasileira superou romena campeã olímpica em Pequim 2008. Foto: Bruno Santos/Terra Na final, brasileira superou romena campeã olímpica em Pequim 2008
Foto: Bruno Santos/Terra
Allan FarinaDireto de Londres
A brasileira Sarah Menezes fez história, na tarde deste sábado, nos Jogos Olímpicos de Londres. A piauiense venceu a romena Alina Dumitru, campeã há quatro anos em Pequim, por um wazari e um yuko de vantagem e conquistou a medalha de ouro no judô, na categoria ligeiro (até 48 kg). Com apenas 22 anos, a competidora registrou a primeira vitória feminina da modalidade na história do País.

Duas vezes campeã mundial juvenil, Sarah Menezes enfrentou na decisão uma campeã olímpica, muito mais experiente. Entretanto, desde o início do combate, a brasileira controlou a adversária e por pouco não encaixou uma finalização. Apesar de não registrar o triunfo neste momento, o golpe da piauiense lesionou o cotovelo da romena, que se mostrou desconfortável até o final do embate.




Com o controle do duelo, Sarah aplicou dois golpes e conseguiu a vantagem para obter a inédita vitória feminina, e que quebra um longo jejum do judô, esporte que mais deu medalha ao País em Jogos Olímpicos. O ouro de Sarah Menezes é o primeiro em 20 anos - o último atleta nacional a subir no lugar mais alto do pódio havia sido Rogério Sampaio, em Barcelona 1992.
Campanha

Cabeça de chave número 2 da categoria ligeiro (até 48 kg) no judô, a piauiense venceu a belga Charline Van Snick para se garantir na final da competição. A vitória de Sarah Menezes registrou uma marca inédita para o judô feminino em Olimpíada. Bicampeã mundial júnior, a atleta nacional será a primeira representante feminina da história do País em uma decisão no tatame.
Nas quartas de final, a brasileira Sarah Menezes confirmou o favoritismo e venceu a chinesa Shugen Wu por um yuko de vantagem (fruto de duas punições contra a asiática). Em um combate equilibrado, a judoca conseguiu a pontuação necessária para avançar por conta da falta de combatividade da adversária, que buscava os contra-ataques.
Depois de somar um yuko à pontuação, a brasileira abdicou do combate e deu um susto nos últimos segundos de luta, quando por muito pouco não sofreu um golpe da chinesa, que poderia resultar até em um ippon.
Antes das quartas, Sarah superou a francesa Laetitia Payet por um yuko de vantagem, conquistado com pouco menos de 30s para o final do combate.
A judoca da categoria ligeiro (até 48 kg) havia estreado com vitória em Londres sobre a vietnamita Ngoc Tu Van, por dois yukos de vantagem. Dominante durante todo o combate, Sarah controlou a adversária e não teve grandes problemas para triunfar pela primeira vez na competição.
Medalhista de bronze no ano de 2011, Sarah desembarcou em Londres como uma das favoritas à medalha em Londres. Terceira colocada do ranking mundial na atualidade e segunda cabeça de chave no torneio, a jovem de 22 anos participa pela segunda vez da Olimpíada. Em Pequim, há quatro anos, a competidora caiu logo na estreia ao perder justamente para Eva Csernoviczki, eliminada das chances de ouro por Van Snick.
Diante da medalhista de bronze no Campeonato Asiático de 2011, Sarah abriu um yuko de vantagem antes do primeiro minuto de luta. A vantagem permitiu à brasileira ditar o ritmo de combate, sem ceder uma brecha para a reação da adversária. A vietnamita, sem conseguir ameaçar a competidora nacional, recebeu duas punições seguidas (Menezes também acabou punida) e viu a desvantagem dobrar.
Com dois yukos de vantagem, Sarah administrou o combate até o final para avançar à próxima etapa da competição. Depois de passar pela lutadora asiática, a brasileira, séria candidata à medalha, encara na próxima fase a francesa Laetitia Payet, medalhista de bronze no Europeu do ano passado e que folgou na primeira

Cabeça fria e ouro na mão

Sarah Menezes mantém tranquilidade como estratégia para chegar ao lugar mais alto do pódio de Londres 2012

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Crédito: Alaor Filho/AGIF/COB

Sarah Menezes não chorou no pódio, enquanto ouvia o Hino Nacional Brasileiro tocar logo no primeiro dia de competições dos Jogos Olímpicos Londres 2012. A bandeira do Brasil estava no lugar mais alto do Excel Center por causa dela, primeira judoca brasileira a conquistar uma medalha de ouro olímpica. Pode parecer frieza, mas está longe disso. “Na verdade, eu chorei muito depois da semifinal. Senti que precisava desabafar. Aquela ansiedade toda estava me amarrando”, explica.

Deu certo. “E acabou que a final foi a luta mais fácil da competição”, relembra. Na cabeça de Sarah, as idéias parecem ser bem claras. “Porque eu joguei a emoção para fora antes, luta por luta”, revela. “Então, na final eu parecia a Sarah normal treinando.” Quando entrou para o primeiro combate, contra a vietnamita Ngoc Tu Van, pelo torneio do peso ligeiro (-48kg), ela já tinha traçado seus planos e eles se inspiraram em outro medalhista de ouro do Brasil. “Lembrei do Aurélio Miguel (campeão em Seul 88). Assim como as lutas dele, as minhas foram de estratégia. É só ver que nenhuma vitória foi por ippon. Eu arrisquei menos para ir ganhando ponto a ponto”, revela.
O futuro é promissor para Sarah. “Acredito que essa medalha vai mudar minha vida. Esperei tanto por ela e a conquistei com 22 anos”, reflete. O orgulho está por ter se mantido fiel às suas raízes em Teresina, Piauí. “Fiz todos os treinos onde comecei e isso foi tudo para mim. Eu acreditava no meu talento, no meu treinador e na estrutura da minha cidade”, comemora. “Sei que sou um exemplo no judô porque não sou dos grandes centros. E serei ainda mais depois disso”, acredita.
Tricampeã das Olimpíadas Escolares, Sarah conquistou a primeira medalha de ouro do judô brasileiro desde Rogério Sampaio, em Barcelona 92. Mas conseguir praticar o esporte exigiu de Sarah persistência e poder de persuasão. “Quando meu irmão começou, meus pais achavam o esporte muito masculino e não queriam que eu fizesse. Mas entrei num acordo com eles quando me comprometi a ir bem nos estudos. Ainda hoje eu cumpro este trato”, ressalva. Tanto que um dos próximos passos é reabrir a matrícula na faculdade de Educação Física – ela está no 5º período. “Foi a primeira vez em que me afastei”, conta.
Mas os treinos continuam e agora com mais estrutura ainda. “A gente acabou de inaugurar um centro de treinamento em Teresina através do COB, que doou os tatames”, revela. “Acho que as coisas vão melhorar tanto para mim quanto para a minha família. Financeiramente vai melhorar. E também para quem treina comigo.” A campeã olímpica pensa em quem está ao redor. Tanto que avisa que continua em Londres, com a equipe olímpica de judô, a serviço do time. “Amanhã eu vou servir de sparring para a Erika (Miranda, meio-leve)”. Que dê sorte.


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