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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um dia no parque: sem ingressos, fãs invadem cartão postal de Londres

Com mistura de música e esporte, Hyde Park é tomado milhares de torcedores

Por João Gabriel Rodrigues Direto de Londres

Não precisa ser num domingo, como na música de Gilberto Gil. Nas últimas duas semanas, todos os dias são de parque para quem está em Londres. Com uma ajuda extra do bom tempo, embora a chuva tenha entrado no caminho algumas vezes, milhares de torcedores transformaram o Hyde Park em uma arena formada por quem não tem ingressos para as Olimpíadas. Desde o início dos Jogos, fãs tomaram o espaço à procura da mistura diária de esporte e música.
O lugar costuma receber gente grande do rock, como Rolling Stones, U2 e Bruce Springsteen. E deu início aos Jogos tentando seguir o mesmo caminho, com shows de Duran Duran, Stereophonics e Snow Patrol, intercalados com imagens da cerimônia de abertura. Desde então, apostas da música britânica se apresentam e tentam animar o público entre um jogo e outro. Nem precisava. Com cinco telões espalhados pela imensa área livre, o Hyde Park se tornou, principalmente, em um lugar para torcer.
Sem ingresso, torcedores procuraram alternativas para assistir aos grandes eventos, como a final do torneio de tênis, no domingo passado. Milhares de britânicos viveram um delírio coletivo com a vitória de Andy Murray contra Roger Federer na decisão. Foi assim também no ouro de Chris Hoy, que levou a disputa no keirin na terça-feira e se transformou no maior medalhista da Grã-Bretanha, com sete conquistas.
Mas não só de britânicos vive o parque. No último domingo, eram milhares de jamaicanos na torcida por Usain Bolt na final dos 100m rasos. De irlandeses, que acompanharam a pugilista Katie Taylor avançar à final no boxe. E, claro, de brasileiros, que viram a vitória da seleção masculina de vôlei sobre a Argentina e a vaga garantida para a semifinal.
Brasileiros Hyde Park (Foto: João Gabriel Rodrigues / GLOBOESPORTE.COM)Luiz e João foram ao parque assistir aos Jogos
(João Gabriel Rodrigues / GLOBOESPORTE.COM)
- Está ótimo, muito organizado. Nem parece a bagunça que disseram que ia ser. Está bem legal. E estava conversando com meu amigo. No Brasil, separam as torcidas no futebol com medo de haver algum problema. Aqui, não. todos estão lado a lado. Não vi nenhum problema - disse João Cruz, que, acompanhado do amigo Luiz Henrique, chegou a assistir eventos dos Jogos dentro das sedes.
A organização do evento realmente é elogiável. Nada de problemas para entrar, apesar do forte esquema de segurança - o mesmo usado na entrada dos Jogos. Nem filas para comprar comidas e bebidas ou ir ao banheiro. Enquanto boa parte do público fica em frente ao palco principal (onde as bandas se apresentam), outros organizam piqueniques com a família no parque.
- É uma celebração, com pessoas completamente diferentes, sem problema algum. É um bom lugar para assistir aos Jogos e para se passar o tempo - disse a estudante Jo Butter, que não costuma se arriscar em passeios pela praça em outras épocas por conta do tradicional frio inglês.
Craig Newton foi pela primeira vez ao parque durante os Jogos nesta quarta-feira. Enquanto esperava por amigos no fim da tarde, assistia às disputas pelo bronze da luta olímpica feminina. Segundo ele, o ambiente festivo é a maior atração do Hyde Park durante os Jogos.
- Alguns shows parecem realmente bons, mas o melhor daqui é a atmosfera. Não há problemas, confusões. Olhe em sua volta, estão todos assistindo às lutas ou vendo os shows. É ótimo.
Além dos telões e dos shows, o evento no Hyde Park conta diariamente com medalhistas britânicos, como Chris Hoy. Sobre o palco, o ciclista recebeu os aplausos do público, reafirmou sua aposentadoria após os Jogos e brincou com sua ida ao Rio de Janeiro, em 2016.
- Eu espero estar no Rio, mas sobre uma moto, à frente do pelotão - brincou o ciclista.
Como todo parque, o evento também tenta atrair as crianças. Por isso, espalhou pelo local várias atividades infantis, como um futebol improvisado e brincadeiras guiadas por orientadores. Ao lado da mãe e de dois sobrinhos, Catherine Wells aprovou.
- É um ótimo lugar para se vir. Meu sobrinho tem apenas 11 anos, achamos melhor não levá-lo aos Jogos. Aqui, ele tem um ótimo ambiente e ainda pode ver o Chris Hoy - brincou, ao ver o ciclista e ídolo britânico no telão.
As atividades no Hyde Park vão até o final dos Jogos. No domingo, dia que marca o encerramento, o público assistirá a shows de Blur, New Order, The Specials e Bombay Bicycle Club. Tudo para tentar levar parte da festa do estádio olímpico para o parque.

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