Ouro e pratas
Vôlei feminino conquista o bicampeonato; futebol e boxe terminam em segundo lugar
Para a experiente Paula Pequeno, uma das seis remanescentes da campanha dourada de Pequim, outro ponto fundamental foi a capacidade do grupo de dialogar. “A gente estava errando muita coisa justamente porque queria muito acertar, e era necessário que acalmássemos e parássemos de ficar tão afobadas. Um exemplo foi o primeiro set da final, quando a gente tentou acompanhar a correria das americanas e foi mal. Tivemos fé para visualizar, no meio de toda a tensão, o momento que estamos vivendo agora”.
Único tricampeão olímpico brasileiro (comandou a seleção masculina em Barcelona 92 e a feminina em Pequim 2008), o treinador José Roberto Guimarães, elogiou a capacidade de recuperação do grupo. “Precisávamos resgatar o brio, a auto-estima, e isso não se fazia com outra coisa senão conversa. O que fizemos aqui foi uma história linda, de como a vida é bonita mesmo nos momentos mais complicados. Fomos ao fundo do poço e voltamos, mas soubemos reagir. Mesmo hoje, quando as americanas passaram por cima da gente no primeiro set, vi que o grupo apenas precisava respirar e começar a ter paciência para jogar o jogo da gente’’.
No boxe, Esquiva Falcão fez uma luta equilibrada diante do japonês Ryota Murata, mas acabou derrotado por apenas um ponto (14 a 13 ) na final da categoria até 75 kg. O pior é que o brasileiro teve dois pontos descontados porque o árbitro considerou que ele travara muito a luta, forçando o clinch. O resultado do baiano merece ser comemorado, pois foi a primeira vez que um pugilista do país chegou a uma final olímpica.
“Os dois estavam se agarrando no ringue. Tanto eu quanto o Murata estávamos cansados. Não entendi porque ele só tirou ponto de mim. Tinha que ser dos dois ou então não tirar de nenhum atleta”, analisou Esquiva. Apesar da reclamação, o pugilista ressaltou que não irá apelar da decisão dos árbitros do combate. Mais sereno, ele disse que está feliz com a medalha de prata e por ter entrado para a história do boxe brasileiro.
“Não tem essa de apelar. O esporte é assim. Estou de cabeça erguida e feliz por ter sido o primeiro brasileiro a conquistar a medalha de prata. A família Falcão representou muito bem o Brasil e todos estão de parabéns”, finalizou Esquiva, referindo-se ao irmão, Yamaguchi Falcão, que conquistou a medalha de bronze na categoria meio-pesado. "Com o resultado do boxe aqui em Londres o Brasil terá condições de crescer ainda mais para 2016", comemorou.
Já o futebol masculino conquistou sua quinta medalha olímpica – foi prata também em Los Angeles 1984 e Seul 1988 e bronze em Atlanta 1996 e Pequim 2008 -, com a derrota de 2 a 1 para o México, no lendário Estádio de Wembley. Neymar entende que a medalha deve ser valorizada. “É chato perder a final, mas é sempre bom ajudar o nosso país na classificação dos Jogos”. O capitão Thiago Silva lamentou a falta de sorte. “Contra a Coreia, ela nos sorriu. Hoje, não apareceu”.
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