Free Web Clocks by web-candy

domingo, 12 de agosto de 2012


Sonho realizado na 17ª medalha

Pentatleta Yane Marques conquista a 17ª medalha brasileira nos Jogos Olímpicos Londres 2012

VS002266
Crédito: Valterci Santos/AGIF/COB

Depois de um dia inteiro entre braçadas, espadas e cavalos, Yane Marques superou o cansaço na prova em que tem mais dificuldade, o evento combinado de tiro e corrida, para conquistar o bronze no pentatlo moderno, com 5.340 pontos. Foi a 17ª medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres, fechando a participação do país com o seu maior número de medalhas em uma só edição. Yane havia terminado as três primeiras provas – natação, esgrima e hipismo – no segundo lugar na classificação geral, atrás apenas da lituana Laura Asadauskaite. As duas tinham o mesmo número de pontos, 3.268, mas a lituana estava na frente nos critérios de desempate.
Antes de cada prova, Yane colocava os fones de ouvido, fechava os olhos e mergulhava no som do grupo Aviões do Forró. Pernambucana de Afogados da Ingazeira, 28 anos, terceiro sargento do exército, Yane levou um pouco do som do Nordeste brasileiro para ajudá-la. “Foi importante para eu relaxar”, disse a medalhista, terceira colocada no ranking mundial, já sonhando com o crescimento de seu esporte no Brasil: “Assim como a medalha de ouro que ganhei nos Jogos Pan-americanos Rio em 2007 foi um divisor de águas para a história do nosso esporte no país, espero que essa medalha também seja. Sonho despertar o interesse das crianças, para que essa tenha sido a última competição com um representante apenas do Brasil no pentatlo”, disse.
Na primeira prova do dia, a esgrima, Yane Marques terminou na sexta colocação, com 904 pontos (21 vitórias e 14 derrotas). Depois, as pentatletas caíram na água para nadar os 200m livres e Yane acabou fazendo o sexto melhor tempo entre as 36 competidoras: 2m12s39. Foi sua melhor marca na natação até hoje. No somatório parcial (esgrima e natação), Yane ficou com segundo lugar, com 2.116, atrás apenas da húngara Adrienn Toth, que marcou 2.132. “Nos últimos anos, temos trabalhado muito com o COB em relação à ciência do esporte: biomecânica, biomedicina, uma série de testes e exames. Isso pode fazer diferença de meio segundo numa prova. E fez diferença para eu fazer meu melhor tempo na natação”, afirmou.
Yane Marques há dois anos faz parte do projeto Time Brasil, gerenciado pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Selecionada quanto fazia parte do top 10 do ranking mundial, a atleta passou a fazer trabalhos específicos para melhorar o desempenho, com acompanhamento bioquímico e biomecânico, contratações de técnicos específicos para auxiliar no treinamento de equitação, natação e corrida, além de investir em viagens para competições internacionais. Em 2011, Yane já estava entre as cinco melhores do mundo e em 2012 chegou a Londres como terceira colocada no ranking e chegou a Londres na sua melhor condição física e técnica para desempenhar o melhor papel possível nos Jogos Olímpicos.
Na terceira prova, o salto do hipismo, Yane segurou a segunda posição, cometendo apenas duas faltas e estourando o tempo em dois segundos. “Quando sortearam meu cavalo (Over the Odds), me avisaram que ele era velho, tinha 16 anos, e eu teria que saber conduzi-lo para que não cansasse. Eu consegui e ele saltou bem”, avaliou. Terminou empatada com Laura Asadauskaite com 3.268 pontos, mas a lituana ficou na frente nos critérios de desempate.
Na última modalidade, o evento combinado, a pentatleta tem que acertar cinco tiros em alvos e percorrer 1.000m correndo. A sequência é repetida mais duas vezes, totalizando três séries de tiro, com 15 acertos, e 3.000m de corrida. Como Yane estava empatada com a lituana, as duas saíram juntas, com uma vantagem de dois segundos sobre a terceira colocada, 8 sobre a quarta e assim por diante. Quem cruzasse primeiro a linha de chegada venceria.
Yane reconhece que seu ponto fraco é a corrida. Por isso, não conseguiu segurar a segunda posição, sendo ultrapassada pela britânica Samantha Murray. Mas quando se viu ameaçada nos últimos 400m, percebeu que teria que fazer a prova de sua vida. Fez. Passou pela linha de chegada em terceiro lugar e chorou como criança ao perceber que o bronze olímpico era seu. Naquela hora, contou, só pensava em uma coisa: “Consegui! Realizei meu sonho!”.

Flávia Ribeiro, de Londres
COB – Relações com a Imprensa

Nenhum comentário:

Postar um comentário